sexta-feira, 26 de junho de 2009

QUANTO BASTE


Seria interessantíssimo se a vida fosse como uma receita:


Ingredientes:


Quanto baste de tristeza para apreciar a alegria;

Quanto baste de saudade para curtir a presença;

Quanto baste de pesadelos para valorizar os sonhos;

Quanto baste de desencontros para priorizar os encontros;

Quanto baste de frustrações para propiciar satisfação;

Quanto baste de realidade para criar a fantasia!!!!


Modo de preparo:


Separe uma pequena porção de alegria, presença, sonhos e encontros para misturar e dar o formato de fantasia!!! Enrole a tristeza, a saudade, os pesadelos, os desencontros e as frustrações e deixe-os no gelo da realidade. Aprecie com parcimônia que o equilíbrio sempre é o segredo.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O TEMPO TRAZ A MORTE E CONSOME O MUNDO

O mundo não é o mesmo faz tempo, mas somente hoje eu grito e alerto aos seus moradores:


-As pessoas não são as mesmas! Os vivos estão mortos! Mortos com um pouco do nosso mundo! Não se iluda, hoje há mais estranhos que no primeiro dia de aula de qualquer um! Não se iluda, o tempo é o mesmo, mas o mundo não! Ontem, hoje, amanhã? Nomenclatura! Quando o ontem foi hoje eu chorei, hoje eu choro e quando amanhã for hoje eu chorarei! E os mortos? Pais e o mundo! Avós e o mundo! Irmãos e o mundo! Entes e o mundo! Michael Jackson e o mundo! Mortos!


O mundo não é o mesmo!

terça-feira, 16 de junho de 2009

FICÇÃO TEMPORÁRIA

MONET, Claude. Water-lily pond, 1897

Além da janela há chuva, mas aqui há sol e flores. Não há rostos nervosos nem noites em claro, há ficção na tela. E nela há refúgio nestes dias tão duros. A ponte não oscila aos passos do pensamento, apenas os sustenta. As flores não se ausentam no inverno e tampouco o sol desaparece com o anoitecer, é sempre dia claro e quente e colorido, mas é também temporário e o horário passa e o tempo retorna e encontra a realidade na contramão.