ESCREVER PORQUE A MENTE DE REPENTE TRANSBORDA E AS PALAVRAS TRADUZEM A INQUIETAÇÃO OU QUIETAM O CÉREBRO.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
DESEJO
Quero
Quero-quero,
Tua coragem constante, pássaro elegante.
Quero-quero,
Teu companheirismo autêntico, neste universo tão céptico.
Quero-quero,
Encontrar dias de primavera para realizar os sonhos que estão à espera.
Quero-quero,
Viver profundamente, avante nesta realidade imensamente apressada.
Como quero,
quero-quero.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
CONCRETO NA GRAMA
O cheiro de grama recém cortada aquecida pelo sol a pino chegou às narinas de Ana Clara provocando-lhe instantaneamente um sorriso iluminador. Como posso rir do cheiro, pensou ela, rapidamente encontrando a resposta no próximo pensamento: natural, o cheiro desperta lembranças e são elas que nos fazem rir do inaparente...
Seu rosto permaneceu radiante, enquanto seus pensamentos seguiam em efeito cascata reavivando memórias há muitos cortes de grama vividas. Não durou muito seu semblante cintilante, pois logo olhou a sua volta e da pequena abertura da janela, cinqüenta por cento fechada pela veneziana indelicada, enxergou o exterior que lhe trouxe à realidade. O telhado estendendo-se pela área que outrora fora quintal a fez lembrar: não tenho mais grama! Essa grama cortada, assim como as lembranças que seu cheiro trouxe, pertencem a outros... Outros tempos e outros quintais... E triste novamente ela ficou.
Seu rosto permaneceu radiante, enquanto seus pensamentos seguiam em efeito cascata reavivando memórias há muitos cortes de grama vividas. Não durou muito seu semblante cintilante, pois logo olhou a sua volta e da pequena abertura da janela, cinqüenta por cento fechada pela veneziana indelicada, enxergou o exterior que lhe trouxe à realidade. O telhado estendendo-se pela área que outrora fora quintal a fez lembrar: não tenho mais grama! Essa grama cortada, assim como as lembranças que seu cheiro trouxe, pertencem a outros... Outros tempos e outros quintais... E triste novamente ela ficou.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
AMANHECERES FRUSTRANTES
BEM-TE-VI
Pássaro Madrugador!
Teu canto desperta meu pranto.
Tua alegria lembra-me que também neste dia,
Nem bem-te-vi, nem mal-te-vi...
... apenas não O verei!
************************************
CONSTATAÇÃO DESAGRADÁVEL
O amanhecer é sádico!
Ele destrói todas as alegrias que os sonhos tão dedicadamente conferiram à vida adormecida...
**************************************
Pássaro Madrugador!
Teu canto desperta meu pranto.
Tua alegria lembra-me que também neste dia,
Nem bem-te-vi, nem mal-te-vi...
... apenas não O verei!
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CONSTATAÇÃO DESAGRADÁVEL
O amanhecer é sádico!
Ele destrói todas as alegrias que os sonhos tão dedicadamente conferiram à vida adormecida...
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REALIDADE
ILOGICIDADE, AZUL CAMUFLADO
...
Ainda...
...
Como posso pensar no amanhã, se ainda nem o hoje me pertence?
Como posso voar, se ainda nem sei caminhar?
...
Ainda...
...
Como posso seguir os dias, se ainda não há estrada?
Como posso sonhar, se ainda continuam me acordando?
...
Ainda...
...
Como posso sorrir, se ainda não sou feliz?
Como posso ser feliz, se ainda nada fiz?
...
Ainda...
...
terça-feira, 4 de novembro de 2008
EXISTÊNCIA TRANSPARENTE
LÂMPADA FLUORESCENTE
domingo, 2 de novembro de 2008
PERDIMENTO
sábado, 1 de novembro de 2008
CARDIOTOMIA
HEURECA!
Resolvi massacrar meu coração!
Já que ele me azucrina a mente, eu o colocarei na linha de frente.
Já que ele criou a guerra, agora que caia por terra.
-Vás, meu caro! Vás lutar nessa batalha sem chances de vitórias! Vás resolver teus conflitos e libertar minha mente!
-Vás que tu complicas meu viver! E, após o combate, que te renderá incisões profundas, sossegues e assumas sua função fisiológica: bombeies o sangue e pares de aquecê-lo.
Já que ele me azucrina a mente, eu o colocarei na linha de frente.
Já que ele criou a guerra, agora que caia por terra.
-Vás, meu caro! Vás lutar nessa batalha sem chances de vitórias! Vás resolver teus conflitos e libertar minha mente!
-Vás que tu complicas meu viver! E, após o combate, que te renderá incisões profundas, sossegues e assumas sua função fisiológica: bombeies o sangue e pares de aquecê-lo.
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sexta-feira, 31 de outubro de 2008
MAIS DO MENOS
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
VIRTUALIZAR
-Extra, extra, extra! Os sentimentos abandonaram a realidade!
Os sentimentos conquistaram também o espaço virtual! Sim, eles estão migrando da realidade limitadora para a virtualidade libertadora. Eles estão refugiando-se num mundo sem fronteiras, onde tudo se torna possível e ao alcance de um enter. Eles estão abandonando o jugo da razão e adotando a voz do coração. Eles estão tentando virtualizar suas mais íntimas manifestações para assim existirem sem restrições. Eles estão fora da real!
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VIRTUALIZAR
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Salve dia 29 de outubro: DIA NACIONAL DO LIVRO!
DE UM PASSEIO ENTRE LIVROS: SEM LIVROS
-"Curitiba, que não tem pinheiros, esta Curitiba eu viajo. Curitiba, onde o céu azul não é azul, Curitiba que viajo." E "como todos os homens da Biblioteca, viajei na minha juventude; peregrinei em busca de um livro, talvez do catálago de catálagos (...)."
-"E, quando o Sol se elevou, tendo o lago mui belo deixado, em rumo à abóboda brônzea, para iluminar os eternos deuses e os homens mortais, por sobre essa terra fecunda (...)" muitos livros
"ficaram à varanda preguiçosamente, olhando, detidos pela tranqüilidade, pela luz " e então
"eu já não me conhecia. Minha alma original parecia ter abandonado completamente meu corpo" pois a leitura deixara de ser hábito.
"-Oh, grandíssimo Deus! Quisera eu estar àquelas horas sepultado, pois morto já estava."
"-Cada um tem a sua hora, e há-de chegar a minha vez!"
O leitor de outros tempos, após informar o terapeuta de sua triste situação, "tentou abrir os olhos, mas tudo o que conseguiu enxergar foram algumas formas vagas e luzes ofuscantes. Estava chovendo. Uma chuva terrivelmente quente. Batendo em sua pele nua" de emoções há muitos livros fechadas e ignoradas.
-"A visão mística da consciência baseia-se na experiência da realidade em formas não-ordinárias de consciência, as quais são tradicionalmente alcançadas através da meditação, podem também ocorrer espontaneamente no processo de criação artística e em vários outros contextos", conclui o atento profissional ao paciente desolado.
-"Seria bom morrer agora, tu disseste..." Mas lembro-te que "em vez de cantos fúnebres aqui, junto a uma tumba, cantos triunfais no interior do palácio real celebrarão o amigo que regressa, recuperando enfim a alegria de estar bebendo na taça comum o vinho novo em comemorações". Ainda há hora para ler e reavivar o espírito que padece sem livros!
TREVISAN, Dalton. Em busca de Curitiba Perdida;
BORGES, Jorge Luis. Ficções;
HOMERO. Odisséia;
QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio;
POE, Edgar Allan. O gato preto;
Anônimo. Lazarilho de Tormes;
ROSA, João Guimarães. Sagarana;
BROWN, Dan. Ponto de impacto;
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação e
ÉSQUILO. Oréstia: Agamêmnon, Coéferas, Eumênides.
-"Curitiba, que não tem pinheiros, esta Curitiba eu viajo. Curitiba, onde o céu azul não é azul, Curitiba que viajo." E "como todos os homens da Biblioteca, viajei na minha juventude; peregrinei em busca de um livro, talvez do catálago de catálagos (...)."
-"E, quando o Sol se elevou, tendo o lago mui belo deixado, em rumo à abóboda brônzea, para iluminar os eternos deuses e os homens mortais, por sobre essa terra fecunda (...)" muitos livros
"ficaram à varanda preguiçosamente, olhando, detidos pela tranqüilidade, pela luz " e então
"eu já não me conhecia. Minha alma original parecia ter abandonado completamente meu corpo" pois a leitura deixara de ser hábito.
"-Oh, grandíssimo Deus! Quisera eu estar àquelas horas sepultado, pois morto já estava."
"-Cada um tem a sua hora, e há-de chegar a minha vez!"
O leitor de outros tempos, após informar o terapeuta de sua triste situação, "tentou abrir os olhos, mas tudo o que conseguiu enxergar foram algumas formas vagas e luzes ofuscantes. Estava chovendo. Uma chuva terrivelmente quente. Batendo em sua pele nua" de emoções há muitos livros fechadas e ignoradas.
-"A visão mística da consciência baseia-se na experiência da realidade em formas não-ordinárias de consciência, as quais são tradicionalmente alcançadas através da meditação, podem também ocorrer espontaneamente no processo de criação artística e em vários outros contextos", conclui o atento profissional ao paciente desolado.
-"Seria bom morrer agora, tu disseste..." Mas lembro-te que "em vez de cantos fúnebres aqui, junto a uma tumba, cantos triunfais no interior do palácio real celebrarão o amigo que regressa, recuperando enfim a alegria de estar bebendo na taça comum o vinho novo em comemorações". Ainda há hora para ler e reavivar o espírito que padece sem livros!
TREVISAN, Dalton. Em busca de Curitiba Perdida;
BORGES, Jorge Luis. Ficções;
HOMERO. Odisséia;
QUEIRÓS, Eça de. O primo Basílio;
POE, Edgar Allan. O gato preto;
Anônimo. Lazarilho de Tormes;
ROSA, João Guimarães. Sagarana;
BROWN, Dan. Ponto de impacto;
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação e
ÉSQUILO. Oréstia: Agamêmnon, Coéferas, Eumênides.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
SEMANA DE LETRAS UTP E MACHADO DE ASSIS
1839 - 1908 ==> 69 anos
1908 - 2008 ==> 100 anos
1908 - 2008 ==> 100 anos
Nascido em 1839 e falecido em 1908, Machado de Assis viveu 69 anos e um período de intensa criação literária. E entre suas criações estão várias personagens femininas que, mesmo após 100 anos da morte do grandioso escritor brasileiro, continuam vivas e calorosas, por isso "As Mulheres dos Romances Machadianos" merecem destaque neste ano de revisitação à Machado.
Dona Carolina, a mulher real, D. Evarista (O Alienista), Miss Dólar (Contos Fluminenses), Helena(Helena), Marcela(Memórias Póstumas de Brás Cubas), Flora(Esaú e Jacó), Capitu(Dom Casmurro), Sofia(Quincas Borba), Fidélia(Memorial de Aires), entre outras mulheres ficcionais, foram o foco da exposição realizada pelo 4º período de Letras da Universidade Tuiuti do Paraná.
A exposição foi idealizada para a 22ª Semana de Letras da Universidade Tuiuti do Paraná, que ocorreu de 20 a 24 de outubro de 2008, ocasião em que o ilustre escritor recebeu especial atenção.
"As Mulheres dos Romances Machadianos" com certeza expõem algumas peculiaridades da alma feminina e a exposição ocorrida na Semana de Letras, além de iluminar as personagens femininas, convidaram-nos a visitar ou revisitar obras exemplares da literatura brasileira.
2008 ==> A melhor maneira de falar de Machado é lendo-o!
Elina Martins
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UTP
É SER!
domingo, 26 de outubro de 2008
LEMBRANÇA ARREPENDIDA
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
AMIZADE AGENDADA
Parampam, parampam, parampam, pam...
- Diga Melissa!
- Oiê! Eu tô felizinha! O trabalho que eu apresentei foi bem recepcionado...
- Oiê! Eu tô felizinha! O trabalho que eu apresentei foi bem recepcionado...
- Que bom. Fico feliz por ti... Parabéns!
- Tu nem imaginas o quanto eu tô aliviada, Guri...
- Escute, você não pode me ligar mais tarde? Me ligue às 13 e 30 que então eu terei tempo... Pode ser?!
-
- Melissa, você me liga mais tarde?
-
- Alô! Alô!
- Não precisa... Eu já falei o que queria...
- Não, precisa sim. Ligue-me mais tarde.
- Tá, tá Marcos... Eu ligo... Um abraço.
- Outro.
- Tu nem imaginas o quanto eu tô aliviada, Guri...
- Escute, você não pode me ligar mais tarde? Me ligue às 13 e 30 que então eu terei tempo... Pode ser?!
-
- Melissa, você me liga mais tarde?
-
- Alô! Alô!
- Não precisa... Eu já falei o que queria...
- Não, precisa sim. Ligue-me mais tarde.
- Tá, tá Marcos... Eu ligo... Um abraço.
- Outro.
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INSENSIBILIDADE
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
TEMPO DE OUTREM
O calendário veio com defeito: -não tem controle remoto acompanhando-o!
E o pior que esse item não faz sequer parte da lista de acessórios, como filhos, marido, cachorro, quero-quero... Simplesmente o Senhor do Tempo esqueceu desse importantíssimo recurso que permitiria brecagem, retrocesso ou adiantamento, e agora estamos à mercê de um tempo que não nos pertence. Por isso, diariamente seguimos a turba e freqüentemente paramos para ver que tudo está de acordo com o ritmo de outrem...
-Cadê a opção livre-arbítrio???
OUTONO FLORIDO
PASSAGEM
- Saias, venhas pro vento,
Que já é tempo de veres e encontrares alento.
O céu está encoberto, completamente cinza, sem graça, projetando um dia descolorido, silencioso, apático. Mas o ipê amarelo do início da Rua João Tschannerl não permite o triunfo da melancolia. Ele está ali, bem no começo da primeira quadra daquela rua, para mostrar à Samantha que há tanto além do alcance de sua visão periférica; que o sol pode parecer ausente, mas continua firme, forte e presente.
- Pares, não sofras.
Flores despertadas em final de inverno também são cifras.
Suas folhas-flores intensamente amarelas e aveludadas aquecem a alma daqueles que sabem enxergar. Elas são como o dia em seu início, vazio, mas com espaço em aberto, possibilitando preenchimento no decorrer das horas. São também como a vida, no início pequeno e gradativamente se expandindo, buscando seu ápice. E ainda, generosas, transbordam-se em encantadora renda viva, refletindo seu desprendimento nato.
Se em dias de sol o ipê soma-se ao espetáculo luminoso do bom tempo, hoje ele é a principal atração, é ele o estímulo para o passo seguinte. É ele o responsável pela continuidade de sonhos em dia nublado. E Samantha percebe isso, e sente, e contenta-se com a certeza de que há um sol acima da espessa camada de nuvens.
- Vejas, enxergues, compreendas.
Os dias não voltam, mas passam.
Os grandes olhos verde-amarelados de Samantha incendeiam-se ao observar o tronco rugoso embelezado pela copa de cor delicada. Ela deleita-se com a visão, sim, ela sente um prazer inteiro, pleno, um gozo íntimo e suave, completo êxtase. Os poucos segundos que o carro demora para subir aquela rua é o tempo que dura sua contemplação; rapidez repleta de intensidade. Seu pé não quer pressionar o acelerador nessa quadra, mas o horário não permite egoísmos, é preciso seguir a marcha do tráfego matinal e continuar na fila feito formiga operária.
- Prossigas, já é hora.
Outro dia vem e este logo vai embora.
Que já é tempo de veres e encontrares alento.
O céu está encoberto, completamente cinza, sem graça, projetando um dia descolorido, silencioso, apático. Mas o ipê amarelo do início da Rua João Tschannerl não permite o triunfo da melancolia. Ele está ali, bem no começo da primeira quadra daquela rua, para mostrar à Samantha que há tanto além do alcance de sua visão periférica; que o sol pode parecer ausente, mas continua firme, forte e presente.
- Pares, não sofras.
Flores despertadas em final de inverno também são cifras.
Suas folhas-flores intensamente amarelas e aveludadas aquecem a alma daqueles que sabem enxergar. Elas são como o dia em seu início, vazio, mas com espaço em aberto, possibilitando preenchimento no decorrer das horas. São também como a vida, no início pequeno e gradativamente se expandindo, buscando seu ápice. E ainda, generosas, transbordam-se em encantadora renda viva, refletindo seu desprendimento nato.
Se em dias de sol o ipê soma-se ao espetáculo luminoso do bom tempo, hoje ele é a principal atração, é ele o estímulo para o passo seguinte. É ele o responsável pela continuidade de sonhos em dia nublado. E Samantha percebe isso, e sente, e contenta-se com a certeza de que há um sol acima da espessa camada de nuvens.
- Vejas, enxergues, compreendas.
Os dias não voltam, mas passam.
Os grandes olhos verde-amarelados de Samantha incendeiam-se ao observar o tronco rugoso embelezado pela copa de cor delicada. Ela deleita-se com a visão, sim, ela sente um prazer inteiro, pleno, um gozo íntimo e suave, completo êxtase. Os poucos segundos que o carro demora para subir aquela rua é o tempo que dura sua contemplação; rapidez repleta de intensidade. Seu pé não quer pressionar o acelerador nessa quadra, mas o horário não permite egoísmos, é preciso seguir a marcha do tráfego matinal e continuar na fila feito formiga operária.
- Prossigas, já é hora.
Outro dia vem e este logo vai embora.
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