Tudo que minha mais aguçada lembrança trouxe à tona durante a viagem de Primavera do Leste à Várzea Grande foi alterado com a visão do presente. Dezessete anos alteraram o espaço, assim como também seus moradores. O mundo que eu conhecia já não existe, minhas lembranças não acompanharam a realidade. As ruas, que antes eram cobertas apenas de saibro, estão impermeabilizadas por camadas de manta asfáltica e transformaram-se completamente, eu percorria leves aclives, mas isso é passado, agora o solo estranhamente está reto!; as residências exibem-se repaginadas, algumas quase reconstruídas, outras com tinta nova, exceto uma delas; a Escola Estadual continua pertencendo ao governo, embora tenha sido ampliada para acompanhar o crescimento da população do bairro; da igreja católica que eu frequentava a lembrança se manterá intacta, pois não a visitei; a Avenida que percorria, e ainda percorre, o bairro parece ter encolhido, tanto em largura quanto em comprimento; os rostos mudaram, sei que o meu sofreu a mesma mudança, entretanto comigo sempre estou, ou quase sempre, por isso penso me reconhecer todo novo dia, o que não ocorre com as demais pessoas, a ausência as torna desconhecidas e isso assustou, mas o bem diferente mesmo foi me hospedar na residência de uma amiga cativada em dias de adolescência e perceber que embora a distância seja grande, e as visitas muito espaçadas, a amizade permanece, bem diferente e bom foi poder conversar por horas seguidas com uma amiga e sentir que ela ouviu e compreendeu cada alegria ou tristeza dividida.
Você tem uma fotografia na parede?
ResponderExcluirDrummond tinha!!!, e doía, doía, doía....
que delícia esse teu blog, continuo gostando muito!
ResponderExcluirDom Casmurro, Dom Casmurro!
ResponderExcluirEu tenho sim, ainda não dói. Será que eu não sou eu?! Será que o espelho me engana?! Tststst...
Glam, bondade sua. Obrigada.